Chegamos a mais uma terça-feira, em que reunimos aqui no Cultuga histórias de carinho e afeto de luso-brasileiros sobre o seu passado (veja todas as que já publicamos).
No depoimento de hoje, a conversa é com a Maria Augusta Arruda Groschitz, que vive em Santos e nos contou que é neta de portugueses, naturais da Ilha de São Miguel, no arquipélago dos Açores.
“Meus avós, Manoel Arruda e Adelina da Encarnação, vieram de Portugal. Ele, da freguesia do Salga, concelho do Nordeste. Ela, de Lomba do Pomar, povoação de Mãe de Deus – Ilha de São Miguel, Açores.
Meu avô veio primeiro e, minha avó, alguns anos depois, com uma prima e mais 4 filhos. Eles chegaram no porto de Santos, em São Paulo, em 23 de julho de 1913, no Vapor Aragon.”
Para levantar toda a documentação e história dos avós, o trabalho de Maria Augusta está sendo exaustivo.
“No Arquivo Nacional do Rio de Janeiro encontra-se o documento que registra os dados citados – na folha 1V – nos. de 57 a 61 – notação 011748 do Vapor Aragon. Porém não consegui, até hoje, o registro de entrada do meu avô no Brasil. Ainda procuro muito por isso.”
Ela nos contou que não teve contato com eles, mas guarda um carinho muito grande por sua história.
“Apesar de não ter os conhecido, amo meus avós. Eles, como tantos outros imigrantes foram de uma coragem impressionante.
Não consigo imaginar minha avó, aquela senhora franzina, com aproximadamente 26 anos de idade, saindo da longínqua Ponta Delgada, com uma prima e mais 4 crianças. A mais nova tinha apenas 2 meses de idade. Meu Deus, como rezo por eles! Quem me dera ter herdado um terço dessa coragem!
Ela trouxe os filhos Fernando, com sete anos; Luiz, com cinco anos; Maria, com 4 anos e Sophia com 2 meses.
Eu me emociono muito quando me lembro deles, mesmo não os tendo conhecido pessoalmente. O amor aos filhos esteve sempre presente no sofrimento deles. Que Deus os abençoe sempre e reserve um grande encontro quando eu também passar para vida espiritual.”
Para chegar aos seus antepassados, Maria Augusta montou sua árvore genealógica com muito esforço, trabalho constante de pesquisa e um investimento que foi além de suas possibilidades.
“Entretanto, fui retribuída com um grande presente – a descoberta da origem dos meus avós. Tudo isso tem um significado muito profundo na minha vida. Tenho muito orgulho de ter herdado deles o trilhar por caminhos incansáveis para vencer na vida.“
O pai dela, no Sr. Rodolfo Arruda (que faz um bonito par com a Sra. Durvalina, estampado no início desse post), já nasceu no Brasil e foi o sétimo, do total de 10 filhos.
Conhecer Portugal está nos planos da Maria Augusta – e nós também torcemos que seja para breve :D
Aproveito para agradecer, mais uma vez, a ela pelo carinho e por ter dividido um pouco de sua história aqui no Cultuga!
Viaje a Portugal com tudo organizado
2 Comentários
Que relato lindo e emocionante que nos traz a leitora Maria Augusta!
E que perseverança para levantar tudo isso!Parabéns!
Maria Augusta,sou leitor assíduo deste site e sou apaixonado pelas histórias
que aqui são contadas.Portugal é apaixonante mesmo,e não é de admirar que
muitos tenham alguma história linda e emocionante para contar sobre essa
Terra e sua gente,afinal,todos temos um pouquinho de sangue lusitano nas veias,
não é mesmo?
Quanto aos seus avós,eles foram muito corajosos e determinados,aliás,coragem
e determinação é a marca desse povo todo de Portugal.
Valeu muito à pena seu esforço para montar essa árvore genealógica,pois,a satisfação
pessoal não tem preço.
Marque na sua agenda de compromissos importantes a sua viagem aos Açores,esse
lugar paradisíaco no Atlântico,vá conhecer suas origens e, se possível,vá também ao Continente conhecer Lisboa,Porto…,será inesquecível.
Obrigado ao Cultuga por este “cantinho da saudade”, onde viajamos sem sair do lugar.
Seja sempre bem-vindo ao Cultuga e a Portugal, Augusto :D :D :D