Visitar vinícolas é uma das atividades mais interessantes que você pode fazer quando organizar o seu roteiro de viagem para Portugal. Afinal, em todas as regiões do país se produz bons vinhos – incluindo as ilhas.
Entretanto, é no Alentejo que estão algumas das mais populares e expressivas produções vínicas portuguesas. E foi nessa, que é a maior região territorial de Portugal, que eu e a Pri fomos conhecer a Ribafreixo Wines, na vila da Vidigueira.
Conheça a vinícola Ribafreixo Wines
A convite da Ribafreixo Wines, saímos cedinho de Lisboa rumo ao Alentejo para passar um dia agradável explorando o que de melhor uma herdade alentejana tem para oferecer: belas paisagens rurais, vinhos de qualidade e boa comida – claro!
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Oportunidade de provar vinhos do Alentejo
O projeto da empresa – moderno e inovador – foi um ponto chave que nos chamou a atenção e fez com que aceitássemos o convite para explorar este espaço que abriga a Ribafreixo.
Ela foi fundada em 2007 pelos amigos Mário Faria Pinheiro e Nuno Bicó, na Herdade do Moinho Branco, na Vidigueira – uma área localizada a 55km ao sul de Évora, e que tem tradição na produção de ótimos vinhos. E empresas como essa mostram que não é só de locais “antigos” que nasce o vinho português
Para se ter uma ideia de como as castas brancas “gostam” dessa região, elas representam 60% do total da Ribafreixo Wines. São elas: Antão Vaz, Síria, Verdelho, Alvarinho, Arinto e Chenin Blanc.
Uma parada estratégica rumo ao Algarve (ou vice-versa)
Ter paradas estratégicas para visitar mais lugares entre um deslocamento e outro é uma das melhores formas de otimizar o tempo durante uma viagem a Portugal.
Como a Ribafreixo Wines está localizada no “meio” do Alentejo, este é um ponto que facilita a parada do viajante que está indo ou voltando de carro da região do Algarve, no sul do país. São apenas 2 horas de estrada que separam a Vidigueira de Lisboa (190km) e de Faro (175km).
Ou seja, perfeito para descansar, almoçar e conhecer uma vinícola diferente em Portugal, antes de seguir ao seu destino final.
O caminho que fizemos a partir de Lisboa foi fácil, passando pela extensa Ponte Vasco da Gama (a segunda maior da Europa), por três autoestradas (A12, A2 e A6) e uma estrada secundária (IP2) boa e bem sinalizada.
Casta Antão Vaz: a rainha da Vidigueira
O ponto forte de muitos vinhos portugueses é a mistura de castas (sejam portuguesas, sejam estrangeiras). Mas como toda regra tem a sua exceção, até mesmo no mundo vínico, Portugal brilha nas variedades de uvas.
Na Vidigueira – menos de 30km de Beja (capital do Alentejo) – a casta rainha é a Antão Vaz, uma branca originária daquela região e que se adapta às altas temperaturas da primavera e do verão. Os especialistas destacam o aroma intenso de frutas tropicais, frescura e com final persistente dos vinhos produzidos com ela, no caso da Ribafreixo, dois da gama Pato Frio.
Destes, provamos o vinho Grande Escolha Antão Vaz na degustação de queijos e o Pato Frio Antão Vaz com as entradas do almoço – conto sobre essa experiência nos próximos tópicos.
A recepção também foi com uma casta bem portuguesa: a Touriga Nacional. Provamos o Pato Frio Cashmere, um rosé bem saboroso feito com 100% desta uva.
Algo curioso que me chamou a atenção nos rótulos da Ribafreixo foram o logo “Vegan”. A Liliana, responsável por fazer a nossa visita guiada, contou que a empresa implementou esse conceito por não usar nenhum elemento de origem animal ou derivado na produção dos vinhos, apenas de procedência mineral.
Visita aos vinhedos e a moderna adega
Poder ver de perto os vinhedos (“vinhas”, em Portugal) e caminhar por eles é a melhor forma de sentir e aprender como é produzido aquele vinho que você tanto gosta.
Cada região produtora tem um diferencial. Na Vidigueira, o microclima – calor seco do verão, com alguma brisa e a exposição do sol – faz um par perfeito com o solo de xisto para dar vinhos com bastante frescura. A simetria e o espaço entre as castas são primordiais para o cuidado e a colheita das uvas (e para tirar belas fotos também rs.) nos 114 hectares.
Na Ribafreixo Wines ainda há o plus arquitetônico do edifício da adega, onde também estão a loja, a sala de provas e o restaurante, com 4 mil m², que tem uma vista bem bonita a partir das vinhas e do estacionamento.
Vimos de perto os enormes tanques de inox, os barris de carvalho e toda a linha de engarrafamento e rotulagem, de onde saem mais de 1 milhão de garrafas anualmente. É muito interessante observar a forma clássica de estagiar o vinho (nos barris de madeira) e a moderna, com as cubas, “trabalhando” juntas.
Durante a semana, é possível acompanhar o funcionamento das máquinas e todo o método de trabalho dos funcionários. Fizemos a visita num domingo, por isso estava calminho. ;)
Provas de vinhos e de queijos
As provas de vinhos são experiências que eu sempre recomendo a quem viaja por Portugal. Independente de você ser um especialista ou iniciante, é interessante fazê-las porque – além de poder apreciar sabores diferentes – te ensina algo a mais sobre a cultura e a história do país. Somente depois de vir morar em Portugal é que criei esse hábito de beber um copo ou outro ao ver a valorização que o povo português e os produtores dão a essa bebida e ao enoturismo.
Durante a visita de apresentação que eu e a Pri fizemos na Ribafreixo Wines, provamos 7 (incluindo os do almoço) dos 13 vinhos da gama da empresa. Começamos pela recepção, que já comentei, e então seguimos para a prova que harmonizava os vinhos da marca com queijos regionais antes do almoço.
O início foi mais suave e adocicado, com uma fatia de queijo fresco de cabra acompanhado de um Pato Frio Seleção para percebermos que um sabor não sobrepõe o outro.
O segundo queijo era amanteigado e, por isso, mais gorduroso. Este, foi harmonizado com o Grande Escolha Antão Vaz, que tem a acidez controlada e um sabor doce no final. Nos deixou uma sensação mais leve na boca sobre aquele queijo. Assim, a Liliana também nos disse que ele acompanha bem carnes e bacalhau.
Já o terceiro queijo era bem curado, portanto mais salgado. A surpresa foi uni-lo com o Gáudio Licoroso, quando a harmonização se deu pelos contrastes de doce e salgado.
A Pri, que gosta de queijos mais suaves (leia-se: quase sem sabor rs.), se surpreendeu ao experimentar cada tipo com um vinho diferente, mudando, completamente, o paladar final da combinação. Recomendamos vivamente esta experiência.
Ao todo, são 10 tipos de experiências vínicas que eles oferecem, desde a simples, com 1 hora de duração e inclui visita à adega + prova de 3 vinhos: Branco, Rosé e Tinto, por 7,50€, passando por visita à adega + prova de 3 vinhos e produtos regionais, durante 2 horas, por 15€, e finalizando numa especial de 3 horas de duração, que tem uma visita à adega + prova de 3 vinhos e almoço, custando 50€. Veja o programa completo de Enoturismo no site da Ribafreixo.
Experiência gastronômica regional no Restaurante Adega
Saborear a gastronomia local é a melhor forma de sentir e conhecer a essência dos lugares que passamos em Portugal. O Alentejo é uma das regiões que mais me traz esse sentimento, valorizando os produtos da terra e as tradições.
Ao sentar na ampla e bonita sala do Restaurante Adega e abrir o menu, percebi que teria uma experiência gastronômica regional interessante – ah, e com vista impressionante para as vinhas.
Começamos de um jeito leve e fresco, com três saladas diferentes – pimentão assado, grão de bico com bacalhau e cogumelos. Na mesa também tínhamos embutidos, queijos e pão da Vidigueira, feito no forno a lenha, além do vinho Pato Frio Antão Vaz – este, mais ácido :)
As outras propostas da Chef Catarina Parreira vieram acompanhadas do vinho tinto Gáudio Reserva e seguiram na linha tradicional alentejana, com a sopa de cação com coentros (um peixe macio em um caldo ralo e bastante apurado no sabor, para comer com pão), a saborosa costeleta de borrego com azeite d’alho acompanhada de batata e salada e um bife de vaca – esse foi um pedido especial da Pri, pois ela adora carne bovina e, estando no Alentejo, não poderia perder a oportunidade de comer um bife macio.
Para finalizar o almoço e a boa conversa com a Liliana, responsável por nos apresentar a Ribafreixo, e o casal Eva Marcela e Luis, do blog português Documentar o Mundo que estavam conosco, nada melhor do que uma sobremesa portuguesa.
Foram diversos doces servidos em um único prato – o famoso pijama (assim dito no Alentejo), ou seja, um pouquinho de cada para provarmos. Tinha quindim, pão de rala, queijinho conventual, pudim de leite condensado, molotof e encharcada. E brindamos este delicioso dia com o Gáudio Licoroso para fechar a visita.
Restaurante Adega
Horário de funcionamento: terça a domingo, das 12h30 às 15h – Sexta e sábado também abre para o jantar, das 19h30 às 22h – fecha segunda
Preço: média de 18€ por pessoa
Serviço
Ribafreixo Wines
Endereço: Adega Moinho Branco 7960-212, Vidigueira
Reservas: tours@ribafreixo.com – (+351) 284 436 240
Horários: todos os dias visitas e provas às 11h e 15h (com marcação prévia)
Site: www.ribafreixo.com
Viaje a Portugal com tudo organizado
6 Comentários
Oi, Rafael. Tudo bem? :)
Seu post foi selecionado para o #linkódromo, do Viaje na Viagem.
Dá uma olhada em http://www.viajenaviagem.com
Até mais,
Bóia – Natalie
Oi, Natalie
Tudo ótimo e você? :)
Fico contente que tenha selecionado o post para o #linkódromo! Obrigado!
Um grande abraço e até mais!
Somos de Goiânia e estivemos ai na semana passada, Ribafreixo é um sonho de lugar, ótimo vinho, comida e pessoas. Parabéns Rafael.
Muito obrigado, Denis!
Fico feliz em saber que gostou de lá. Os vinhos são ótimos mesmo!
Um grande abraço e seja sempre bem-vindo ao Cultuga!
Adorei o post sobre as vinhas, estamos indo para Portugal agora no início de outubro e com certeza visitaremos está vinícola! Obrigada!!
Muito bom que gostou do post, Maria Helena! ????
Você vai adorar a visita e os vinhos! ????
Um grande abraço e aproveite bastante a viagem!