Guardo uma recordação engraçada da infância. Sempre que assistia ao videoclipe de “Rest in Peace” (ou, como eu e a minha irmã chamávamos, o “clipe dos vizinhos”), da banda norte-americana Extreme, sentia certo orgulho do guitarrista português, Nuno Bettencourt. Isso porque aquele roqueiro, com longos cabelos e que tocava muito bem, tinha nascido na Ilha Terceira (Praia da Vitória), nos Açores.
Eu, mesmo luso-brasileira, achava aquilo tão próximo, já que partilhávamos o mesmo idioma. O que não imaginava é que, tantos anos mais tarde, eu teria a oportunidade de sentar ao lado dele para perguntar um pouco sobre sua verdadeira história com Portugal e ouvir o Nuno Bettencourt falando em português.
Nuno Bettencourt fala sobre Portugal e sua família
Nuno Bettencourt esteve no Brasil para se apresentar ao lado de Rihanna no festival Rock in Rio 2011. Aproveitando a sua passagem por aqui, a Washburn e a ProShows também o levaram para uma tarde de autógrafos na Expomusic 2011 – a feira internacional da música que acontece anualmente em São Paulo.
Foi, então, no intervalo desses compromissos que ele me recebeu para uma entrevista ao Cultuga. :)
Humor, simpatia e paciência. Se você diz algo ao Nuno em português, ele responde misturando algumas palavras em inglês, já que vive a maior parte do seu tempo nos Estados Unidos. Entretanto, Portugal continua guardado em seu coração, com recordações da família e muito amigos.
Acompanhe como foi o nosso bate-papo (entrevista feita em 2011):
A sua família se mudou para os Estados Unidos quando você tinha apenas 4 anos de idade. O que você levou dessa influência portuguesa? Vocês ouviam Amália Rodrigues, por exemplo?
Nuno – Olha, Amália Rodrigues [risos]? A minha mãe sempre ouvia a Amália. As minhas influências nasceram em casa. O meu irmão Luís é um dos melhores guitarristas que conheço até hoje, o meu pai tocava sete ou oito instrumentos – como clarinete, bateria, viola… Então, a música sempre esteve presente. Nos Açores ou na América, a casa era portuguesa.
No clipe de “More Than Words”, a bandeira portuguesa aparece atrás de Nuno e Gary. Preste atenção a partir dos 40 segundos de vídeo
Os seus pais sempre fizeram questão de falar em português com você?
Nuno – Sim. Eu falava português com a minha mãe, mas, ao mesmo tempo, como estava em outro país, tive que aprender a falar inglês. Era complicado porque eu era muito novo. O português acabou sendo mais difícil.
O último disco do Extreme se chama Saudades de Rock, um título em português. O quanto tem de sua influência nessa história? O baterista da banda, Kevin Figueiredo, também é português… Foi uma manifestação da parte lusitana do grupo?
Nuno – A ideia foi do Gary [risos]!. O Kevin também é português, sim, de Santa Maria. Bom, já tinha se passado 10 anos que a banda não gravava um disco e nós decidimos fazer um acordo. Nos reunimos para pensar no futuro. Se a ideia era fazer um novo disco, tínhamos que fazê-lo naquele momento. Sentíamos saudades do feeling de estar no palco, ao lado dos fãs, e eu contei à banda sobre a palavra saudade, que só existe no vocabulário português. Eles gostaram da ideia!
Sei que você tem um trabalho com a portuguesa Lúcia Moniz. Mesmo estando nos Estados Unidos, você não deixou de manter esse contato com Portugal. Como vocês se encontraram?
Nuno – Ela apareceu na porta da minha casa [risos]! É sério! A Lúcia bateu na porta e disse: “Tu vais produzir o meu álbum”. Eu, que não a conhecia tão bem, disse: “Não”. Mas ela ficou insistindo e, então, concordei. Gostei daquele álbum, ficou bacana.
Você tem uma grande amizade com o músico português Rui Veloso. O Extreme já esteve até no estúdio dele em Portugal, não é? E, como ele também vai se apresentar no Rock in Rio, vocês vão se encontrar por aqui?
Nuno – O Rui está cá? Nãoooo… No mesmo dia? Eu estava pensando nele hoje porque vamos para Lisboa em breve e eu queria vê-lo para assistirmos ao jogo do Benfica. Vou ter que fazer uma surpresa a ele durante o Rock in Rio!
Nuno Bettencourt faz um solo pouco antes do último minuto da canção de Rui Veloso, “Maubere”
Como vocês se conheceram?
Nuno – Foi durante as gravações do III Sides to Every Story (disco do Extreme lançado em 1992). Nós estavamos na Flórida e ele me convidou para gravar uma música para ajudar o Timor-Leste. Claro que aceitei e ele se deslocou até lá para fazermos a canção (“Maubere”).
O que você ainda consome de cultura portuguesa? Você sempre vai a Portugal?
Nuno – Sempre vou, sempre. Mas estou um pouco por fora do que acontece hoje lá, com relação aos novos artistas. Sei de Xutos e Pontapés. Por acaso, uma vez toquei, em um canal de TV português, uma versão em inglês para a música deles “Ai Se Ele Cai”.
Por que o intercâmbio entre Portugal e Brasil, às vezes, parece tão difícil – mesmo partilhando a mesma língua?
Nuno – Não sei bem. Já me disseram que os brasileiros não gostam dos portugueses [risos]. Será? Na primeira vez em que estive cá, ouvi isto. Mas não é minha culpa [risos]!
Viaje a Portugal com tudo organizado
19 Comentários
Muito boa a entrevista, breve, com assuntos focados e com um guitarrista sensacional! Parabéns.
Obrigada pelo carinho, Karina :)
Sou brasileira e curto a banda desde 92 quando a banda participou do Hollywood Rock aqui no. Foi o máximo
Desde então amo a banda, inclusive assisti ao ensaio de algumas, e o que me marcou na de vcs foi p vocalista com bobs no cabelo para deixá -los cacheados, morri de rir, foi realmente marcante.
O show foi o máximo.
O problema é que agora, além do artista maravilho q vc é, também “do nada” desenvolvi uma atração absurda por você, às vezes sinto q vc é a peça q falta no meu quebra-cabeças (loucura, né? Eu sei).
Sabendo um pouco mais da sua história de vida te admiro mais ainda.
Gostaria de ter um espaço para realmente falar c vc, sei q não sou melhor do q ninguém), mas te juro que o q sinto é forte p caramba.
Só p esclarecer nunca fui desse negócio de ser fã, mas acredite, c vc é mto mais do que isso.
Já escrevi dezenas de mensagens para vc , e que, acho, NUNCA chegaram a vc, os administradores dos grupos não deixam.
Bjs…hj te amo e admiro ????????????
Aqui é Naiana novamente.
Por favor, façam com que as mensagens cheguem realmente a ele. Estou cansada de mandar várias mensagens em grupos em que os administradores não repassam para eles.
Por favor, só deixem ele decidir se quer ou não ler as mens.
Obrigada
Olá, Naiana
Tudo bem?
O Cultuga é um blog sobre cultura portuguesa, não temos contato direto com artistas. As entrevistas aqui feitas – como essa do Nuno (de 2011, em São Paulo) – foi agendada com a produção/ assessoria da Washburn e da ProShows para ExpoMusic do Brasil na época. Entretanto, o Nuno é muito ativo no Instagram. Creio que por lá você poderá enviar uma mensagem com maior possibilidade de que ele leia: https://www.instagram.com/nunobettencourtofficial/
Um abraço
Parabéns pela entrevista. Amo o Nuno desde os anos 90
Muito obrigada :)
Seja sempre bem-vinda, Adriana!
Amei, parabénssssssssssssssss
Obrigada pelo carinho, Marcia :)
Seja sempre bem-vinda ao Cultuga!
Muito obrigada Priscila, pela atenção e carinho.
Esse Instagram que vc me passou do Nuno deve ter administradores que não deixam nem a mensagem chegar até ele, certo?
Bom um grande beijo para vc e mais uma vez obrigada
Naiana
Oi pessoal do Cultuga! Não estou vendo meus comentários aqui. Oh my GOD…será mais um espaço onde só escrevemos e, além do comentário sumir, ele Nunca terá acesso a este?
Vcs na vdd eram minha esperança de algo chegar ao Nuno, mas acho q vou desistir, NUNCA vai dar p ter o mínimo acesso a ele.
A entrevista foi ótima, mas realmente acho q nunca terei acesso a ele.
O q é frustrante, pq se vc parar p pensar , é um ser humano como outro qq, só q tem um talento e por isso é mega famoso.
Mas não é Deus p nunca termos acesso.
Frustrante…
Naiana,
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Um abraço
Meu sonho e conhecer o nuno Betencourt mais quanto mais o tempo passa fico mais velha e distante desse sonho obriga a vcs jornalistas que nos trazem notícias e entrevistas maravilhosas com o meu ma
ior ídolo.
Olá, Tatiane
Tudo bem?
Obrigada pela mensagem! Eu também trazia esse carinho enorme pelo Nuno desde a minha infância. Foi uma grata surpresa poder ser recebida por ele para ter essa conversa. :)
E, olha, não está distante desse sonho de conhecê-lo, não! Na ocasião dessa entrevista, ele estava na Expomusic, em São Paulo. Depois de receber os jornalistas, ele retornou ao evento para conversar com os fãs e tirar fotos no saguão. Quem sabe não acontece novamente, não é mesmo?
Um grande abraço!
Eu amo ele meu Deus como eu queria só pegar no cabelo dele..
Não acredite nisso Nuno, somos um povo acolhedor. Gostamos dos portugueses.
Eu sou Portuguesa, Da ilha Terceira e prima do Nuno Bettencourt, ele não me conhece mas nossas famílias sim e conviviam muito!
Sou Bárbara Bettencourt Medina Louro da Ilha Graciosa. Fã e orgulhosa deste grande guitarrista
Olá, Bárbara
Muito obrigada pelo seu comentário! Fico feliz que tenha encontrado a nossa entrevista e nos deixado um recadinho. :)
Nós somos apaixonados pela Ilha Terceira!
Um grande abraço
OI priscila , sua entrevista super top adoreiiii
mais te digo uma coisa sou extremamente apaixonadaaaa pelo NUNO , acho ele lindo homem dos meus sonhos rsrsrs… é uma honra receber ele aqui no brasil… ,mais eu creio que um dia irei ve-lo em portugal .
agora imagira eu andando na praia na ilha da vitoria e ve-lo andando na areia sozinho pensativo afff eu ira lavar meus olhos e ver se era uma visão rsrsrs se realidade sairia correndo e pulava em seus braços e lascava aquele beijo rsrsrs claro com a ousadia toda kkk imagina … meu sonho ..bjos gata feliz 2023..bjos nunoooo amooo voce…