Hoje vamos te levar para uma viagem especial pela arte do metro de Lisboa, em Portugal. Eu e o Rafa escolhemos as duas principais linhas que fazem conexão com muitos pontos turísticos, a azul e a vermelha, para te mostrar as estações mais bonitas de Lisboa na nossa opinião.
Mapa do Metro de Lisboa e estrutura
A rede de metro em Lisboa não é assim tão grande.
Atualmente, são 56 estações divididas em 4 linhas e distribuídas por quase 45km de extensão.
Mas você vai perceber que o metro de Lisboa não tem só a função de nos levar de um lado para o outro. Ele também coloca todo mundo mais perto da arte e da cultura de Portugal!
Então vamos viajar por essa verdadeira galeria de arte subterrânea?
LINHA AZUL: Estação do Metro Restauradores
Foi aqui que aconteceu a cerimônia oficial de inauguração do metro de Lisboa, em dezembro de 1959.
Desde o início, as estações do metro de Lisboa já tinham essa preocupação estética.
Assim que chegamos às plataformas, vemos um símbolo bem local: a calçada portuguesa revestindo o piso.
Nas paredes têm uma série de painéis do artista Nadir Afonso que representam uma homenagem de Lisboa para seis metrópoles: Madri, Paris, Londres, Nova York, Moscou e Rio de Janeiro.
Esse não é o único lugar que está relacionado ao Brasil por aqui.
Há também um enorme painel em uma das entradas da estação Restauradores chamado “Brasil-Portugal: 500 anos – A chegança”, do artista brasileiro Luiz Ventura. Ele representa o encontro de duas culturas tão diferentes.
LINHA AZUL: Estação do Metro Parque
Prepara o fôlego que a gente vai fazer uma viagem às profundezas do oceano!
A estação Parque é uma das mais impressionantes deste passeio.
Essa estação é revestida por 450 mil azulejos com tons de azul. Desde a entrada até às plataformas de embarque, descemos grandes escadas rolantes que parecem nos levar ao fundo do mar.
Ao longo do caminho, estão frases de escritores, filósofos e poetas junto com esculturas de criaturas que habitam esse oceano de azulejos – obra das artistas Françoise Schein e Federica Matta que traz referências a época da Expansão Portuguesa.
Françoise Schein também é responsável pela obra que destaca a Declaração Universal dos Direitos do Homem aqui nesta estação.
Ela já produziu obras como essa em estações de metro de várias partes do mundo, como Paris, Bruxelas, Moscou e até em São Paulo, na estação de metro da Luz.
LINHA AZUL: Estação do Metro Alto dos Moinhos
Esta é uma estação genuinamente cultural. E não estou falando só da sua decoração, que sozinha já seria muito especial.
Mas aqui está também o acesso direto ao Museu Nacional da Música – um passeio fora dos roteiros tradicionais e muito interessante, principalmente para quem gosta de ver instrumentos musicais históricos.
Nas paredes vemos desenhos que parecem com rascunhos. Essa é a obra do Júlio Pomar, um dos principais artistas contemporâneos de Portugal.
Ele fez os poetas Fernando Pessoa, Almada Negreiros, Camões e Bocage como se fosse um graffiti, sua forma de fazer graffiti.
LINHA AZUL: Estação do Metro Colégio Militar
Você vai perceber que nas estações que já destacamos aqui as obras foram todas feitas sobre azulejos.
A gente vê o azulejo português transformando igrejas, palácios e edifícios há séculos por aqui. E no metro também é assim!
Na estação Colégio Militar, vemos uma verdadeira homenagem a arte do azulejo português com os clássicos azuis, brancos e também amarelos, que formam os corredores de tantos edifícios históricos por todo o país.
A ideia foi do artista Manuel Cargaleiro. Além de criar essa espécie de padrão para o revestimento das plataformas, há outras intervenções interessantes por aqui.
Agora, vamos sair da linha azul e seguir pra linha vermelha! Vamos ver estações mais novas, maiores e também mais modernas com obras incríveis!
LINHA VERMELHA: Estação do Metro Olaias
Uma das estações mais diferentes e bonitas da linha vermelha é a das Olaias.
Em toda a estação, a ideia do arquiteto Tomás Taveira se complementa com as obras de quatro artistas plásticos bem diferentes.
A Graça Pereira Coutinho, por exemplo, fez uma parede com marcas de mãos – uma forma de simbolizar o movimento das pessoas que passam por aqui e também a individualidade de cada uma delas.
No meio do átrio, entre as duas saídas, tem também a escadaria do Pedro Cabrita Reis, que leva o nome de “Ascensão”.
Já no elevador vemos um enorme peixe. Essa é uma homenagem do arquiteto para as varinas, que eram as antigas vendedoras de peixe de Lisboa.
LINHA VERMELHA: Estação do Metro Oriente
É no bairro do Parque das Nações que fica a Estação Oriente.
O arquiteto Sanchez Jorge buscou inspiração na Expo ‘98, que aconteceu aqui neste bairro e teve como tema central os oceanos, além da memória dos 500 anos da primeira viagem de Vasco da Gama.
Além do projeto arquitetônico, o que também salta aos olhos quando estamos dentro da estação são as várias obras de arte.
Foram 11 artistas plásticos portugueses e estrangeiros convidados, representantes dos 5 continentes.
É muito interessante andarmos com calma por aqui para ver como cada artista trouxe os oceanos para o seu trabalho.
Alguns nas cores, outros nos elementos ligados ao mar e as grandes navegações… Uma exposição aberta para todos que andam de metro, todos os dias do ano.
LINHA VERMELHA: Estação do Metro Aeroporto
O aeroporto de Lisboa fica dentro da cidade e a estação de metro Aeroporto, inaugurada em 2012, é uma das melhores formas de sair do aeroporto de Lisboa e chegar ao centro.
E ser recepcionado por grandes nomes da cultura portuguesa é melhor ainda!
São 50 figuras feitas pelo caricaturista António Antunes que estão espalhadas por toda a estação.
Elas foram feitas em pedra branca e preta, mas parecem mesmo um recorte do papel com tinta nanquim.
A ideia foi homenagear várias personalidades da história moderna de Portugal, como a fadista Amália Rodrigues, o jogador Eusébio, o escritor José Saramago e a poeta Natália Correia.
Azulejos nas estações de Lisboa
O uso do azulejo como revestimento artístico e decorativo é uma das tradições mais antigas em Portugal – mas neste vídeo percebemos que o azulejo português permanece sendo um material perfeito para a os dias de hoje!
Aliás, os artistas convidados pelo metro de Lisboa foram muito importantes para a revitalização do azulejo em Portugal, recuperando a tradição e também modernizando as técnicas.
Ao longo do passeio, vimos também que a arte ajuda a humanizar essas estações, dá mais emoção à nossa viagem.
Quando andamos pelos subterrâneos da cidade e descobrimos tanta coisa, é como se pudéssemos percorrer por baixo da pele de Lisboa.
Por isso, independente da estação que estiver, leve também uma dessas histórias com você!
Quer saber como usar o metro e ver todas essas obras das estações mais bonitas de Lisboa?
Acesse o nosso guia completo do metro de Lisboa com o passo-a-passo!
Viaje a Portugal com tudo organizado
3 Comentários
Bela escolha Priscila, apesar dos pesares de ser estrangeira em terra além-mar. Sou sua patrícia também pelos laços dos ascendentes. Parabéns pelo belo trabalho. Apesar de já ter ido a Lisboa não conhecia as estações de metro, tão bonitas! abraço desde São Paulo/Brasil.
Olá, Maria Margarida
Agradeço a sua mensagem e tamanho carinho pelo Cultuga!
Já terá um novo programa colorido e surpreendente para descobrir pelos subterrâneos da cidade quando puder voltar a Lisboa. :)
Seja sempre bem-vinda!
Um grande abraço
fernandgoncalvezyulia as estações msis bonitas são olivais e mais pontinha, carnide, colégio militar, luz, e quinta das conchas, mais passo mais , e gosto muyyy pesar,