João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett nasceu no Porto em 4 de fevereiro de 1799. Viveu em Portugal e no exterior – onde enriqueceu sua bagagem literária e cultural. Além das artes e da literatura, também participou ativamente da vida política do país. Sua genialidade é reconhecida, principalmente, no teatro e no romantismo português.
Lugares importantes para Almeida Garrett
Em 9 de dezembro de 1854 faceleu em casa, vítima de um câncer hepático. Sua residência ficava na atual Rua Saraiva de Carvalho, no Campo de Ourique, em Lisboa – local que teve demolição infelizmente aprovada pela Câmara de Lisboa, após muitos protestos populares, em 2006.
Para assinalar os 215 anos de seu nascimento, o Cultuga listou 8 lugares que ainda guardam histórias e curiosidades de Almeida Garrett em Portugal.
1. Teatro D. Maria II – Lisboa
Em meados de 1930, Passos Manuel, ao assumir a direção do governo português, indicou Almeida Garrett para apresentar um plano de fundação e organização de um teatro nacional. Esse espaço, alguns anos depois, tornou-se o Teatro D. Maria II, localizado na Praça D. Pedro IV (também conhecida como Praça do Rossio), em Lisboa. Atualmente, no átrio do teatro, há um busto em sua memória.
2. Monumento Almeida Garrett – Porto
Essa escultura em bronze produzida pelo artista Salvador Barata Feyo (responsável também pelo monumento ao Infante D. Henrique, situado na Praça Portugal, em Brasília) encontra-se em frente a Câmara Municipal do Porto, na Praça General Humberto Delgado, junto a Avenida dos Aliados. Ela foi inaugurada em novembro de 1954, quando marcou 100 anos de sua morte.
3. Quinta do Sardão – Oliveira do Douro (Vila Nova de Gaia)
Almeida Garrett viveu parte de sua juventude na Quinta do Sardão, em Oliveira do Douro. Esse espaço era de propriedade de sua família e está localizado junto ao aqueduto dos Arcos do Sardão. Atualmente, a Quinta é um colégio. De acordo com o site da escola, as tias maternas de Garrett doaram esses bens à congregação Instituto das Irmãs de Santa Doroteia visando a educação e a vida cristã regional. Por isso, Almeida Garrett escreveu no prefácio do romance O Arco de Sant’Ana: “Ora eu nasci no Porto e criei-me em Gaia”.
4. Universidade de Coimbra – Coimbra
Em 1816, Almeida Garrett mudou-se para Coimbra e entrou para a Faculdade de Direito, na Universidade de Coimbra. Hoje, a UC mantém um rico espólio do escritor em sua biblioteca com manuscritos literários, autógrafos, correspondências e documentos particulares, além de 26 volumes impressos da Obra de Garrett, “exemplares de uso do autor”, 1ª ou 2ª edição, com anotações e emendas manuscritas.
5. Fonte da Joaninha/ Vale de Santarém – Santarém
Em homenagem a obra As Viagens da Minha Terra, de Almeida Garrett, que mostra passagens no Vale de Santarém, foi produzido um painel de azulejos retratando a personagem feminina Joaninha dos Olhos Verdes, pela artista Maria Adelaide dos Santos, em 1940. O painel reproduz um trecho do livro: “Joaninha era certa em sua janela/ ali, muda e quedas/ escutava ela o vago cantar dos seus rouxinóis”
6. Panteão Nacional – Lisboa
No Panteão Nacional/ Igreja de Santa Engrácia, em Lisboa, encontram-se as sepulturas de alguns dos maiores nomes portugueses, como a de Almeida Garrett e da fadista Amália Rodrigues, além de memoriais aos heróis do país, como Nuno Álvares Pereira, Infante D. Henrique e Pedro Álvares Cabral. Uma curiosidade: o túmulo de Garrett visto no Panteão não é aquele que fora encomendado por sua família. Por problemas judiciais, apesar de ter sido feita a encomenda aos irmãos Teixeira Lopes, Joaquim e António, ele nunca foi entregue e se encontra em exposição na Casa Museu Teixeira Lopes, em Vila Nova de Gaia.
7. Rua do Dr. Barbosa de Castro, 37 (aintiga Rua do Calvario) – Porto
Essa foi a casa que Almeida Garrett nasceu. Ela fica na antiga Rua do Calvário, no Porto. Foi no 1º andar desse edifício, na parte de trás, que ele passou os seus primeiros cinco anos de vida. O medalhão feito em gesso para homenageá-lo foi patrocinado pela Câmara Municipal do Porto e traz o texto: “Casa onde nasceu aos 4 de Fevereiro de 1799 João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett. Mandou gravar à memória do grande poeta a Câmara Municipal d’esta cidade em 1864”.
8. Jardim Duque da Terceira – Angra do Heroísmo/ Ilha Terceira/ Açores
Almeida Garrett viveu alguns de seus anos nos Açores e, por lá, há diversas homenagens ao escritor. Uma dessas lembranças está no Jardim Duque da Terceira, em Angra do Heroísmo. Esse, que é um dos mais belos jardins clássicos dos Açores, traz em sua calçada a reprodução iconigráfica de Almeida Garrett, além de uma glorieta em sua memória, com inscrições sobre sua vida e obra.
Aproveito o espaço também para deixar um desabafo diante dessas memórias tão ricas. Fica aqui a esperança de que o governo português dê mais atenção aos monumentos e memórias de personagens tão ilustres para a cultura portuguesa, como Almeida Garrett. Diversas partes de sua história e algumas homenagens precisam de recursos para manutenção.
Viaje a Portugal com tudo organizado
2 Comentários
Olá Priscila boa tarde!
Vamos de férias para Portugal em maio e gostaria de uma informação de vocês. Tenho pesquisado na internet e vi que tem um passeio saindo de uma cidade da Espanha para o marrocos. Você já ouviu falar? Sabe se é seguro?
Vamos ficar 15 dias em Portugal. Dá para dividir os dias entre o norte e o sul de Portugal? São poucos dias?
Desde já agradeço.
Abraços.
Izabela
Olá, Izabela
Tudo bem?
Nunca viajamos entre Espanha e Marrocos, por isso não sabemos informá-la sobre esse passeio.
Sobre a sua viagem a Portugal, é um bom período. Antes de morar em Portugal, já tínhamos vindo de férias outras três vezes para cá. Há 4 anos vivemos no país, viajamos sempre para produzir novos conteúdos para o Cultuga e posso dizer, seguramente, que é preciso uma vida toda para poder explorá-lo :D Brincadeiras a parte, faça o melhor uso dos seus dias de viagem, de acordo com o que tem disponível. Quanto mais dias, é sempre melhor. Se você tem 15, aproveite-os da melhor forma, pensando no que você pode ver e não sobre o que vai ficar por ver. Afinal, é sempre bom ter motivos para voltar, não é?
Um grande abraço