Os transportes públicos centenários de Lisboa são uma atração a parte na cidade (tem até um museu dedicado a eles!). Além de todo o seu charme interior e exterior, eles fazem percursos interessantes e bem valiosos para o viajante.
Embarcar em um deles é fazer uma viagem no tempo e entender a razão de ainda se manterem vivos.
Transporte centenário: como usar os charmosos elevadores e bondes de Lisboa
Transporte ou turismo?
Em sua origem, entre o final do século XIX e o início do século XX, esses transportes eram essenciais para que os habitantes de Lisboa pudessem fazer determinados trajetos, como a subida de morros bem íngremes ou para conectar bairros vizinhos.
Eles estão presentes não somente em Lisboa.
Ainda é possível ver bondinhos, funiculares, ascensores ou elevadores históricos em outras cidades portuguesas, como Porto, Sintra e Braga.
Hoje, a maior parte dos percursos feitos por eles pode ser substituído por uma caminhada, ônibus, metro ou até mesmo por uma versão maior e mais moderna do próprio bondinho (como um tram).
Assim, apesar de permanecerem úteis, o alto fluxo de turistas fazendo uso deles acaba por afastar a população local, que busca algo mais rápido e sem filas.
Vê-los por fora já é uma atração a parte.
Entretanto, se você deseja ter essa experiência, procure os horários de menor fluxo, como pela manhã bem cedinho ou já mais perto do anoitecer.
Quais são os transportes centenários de Lisboa?
Elétricos elétrico = bonde/ tram
Elétrico na Praça do Comércio, em Lisboa
Horário de funcionamento: varia de acordo com a linha pretendida.
Preço da passagem: 3,20€ (comprado na hora com o motorista nos elétricos antigos ou na máquina/ Entrada livre com o cartão Viva Viagem carregado com a tarifa 24h ou com o Lisboa Card.
Linhas:12E (Praça da Figueira circular/ você poderá ir ao Castelo de São Jorge com essa linha), 15E (Praça da Figueira – Algés/ você poderá ir a Belém com essa linha), 18E (Cais do Sodré – Cemitério Ajuda/ você poderá ir ao Palácio da Ajuda com essa linha), 25E (Praça da Figueira – Campo de Ourique/ você poderá ir as atrações dos bairros da Estrela e do Campo de Ourique com essa linha), 24E (Campolide – Praça Luís de Camões) e 28E (Martim Moniz – Campo de Ourique/ você também poderá ir ao Castelo de São Jorge com essa linha).
Alguns percursos podem ser mais curtos em determinados horários do dia.
Há linhas que não funcionam aos domingos e feriados ou trabalham em horários especiais durante o período escolar.
Verifique no site da Carris as informações sobre cada linha.
Há trilhos espalhados pelas ruas de toda a capital. Mas são somente nos caminhos mais tradicionais e, por vezes, turísticos que os elétricos permanecem ativos.
Se você deseja passar por trechos criados há mais de um século, não deixe de fazer esse passeio. É uma experiência indescritível.
Porém, antes de embarcar, siga essas dicas valiosas:
Escolha um bom horário
Se você estiver em Lisboa durante a alta temporada, passear de elétrico nas primeiras horas da manhã será mais agradável e tranquilo.
Caso não possa fazer o passeio nesse horário, escolha um elétrico turístico, operado pela Yellowbus (contamos mais sobre esses transportes turísticos aqui neste artigo).
Nessa modalidade turística são usados também elétricos originais, mas eles não ficam lotados por seu valor ser superior ao do transporte público comum.
Diferenciamos eles pelas cores.
Os turísticos são vermelhos, verdes ou com revestimento de cortiça. Os de transporte público comum são amarelos.
Elétrico turístico: parte exterior vermelha
Atenção a segurança
Como esse é um dos principais atrativos históricos de Lisboa, o elétrico também é um dos favoritos dos bate-carteiras.
Tenha cuidado com a bolsa, o celular e os documentos. Tenha eles sob seu controle durante todo o percurso.
Não é necessário ficar apreensivo. Basta não se distrair, caso o transporte esteja muito cheio.
Ah, o elétrico 28… Essa linha teve como ilustre passageiro Fernando Pessoa.
O trajeto do 28E passa pela Baixa (onde trabalhava em escritórios de publicidade e tradução), pelo Chiado (onde nasceu – no Largo de São Carlos, e morreu – no Hospital St. Louis) e segue até o bairro onde está localizada a casa em que viveu seus últimos anos, no Campo de Ourique (hoje Casa Museu Fernando Pessoa).
“Vou num carro eléctrico, e estou reparando lentamente, conforme é meu costume, em todos os pormenores das pessoas que vão adiante de mim. Para mim os pormenores são coisas, vozes, letras. (…) / Toda a vida social jaz a meus olhos. / Para além disto pressinto os amores, as secrecias, a alma, de todos quantos trabalharam para que esta mulher que está diante de mim no eléctrico use, em torno do seu pescoço mortal, a banalidade sinuosa de um retrós de seda verde-escura fazenda verde menos escura. / Entonteço. Os bancos do eléctrico, de um entretecido de palha forte e pequena, levam-me a regiões distantes, multiplicam-se-me em indústrias, operários, casas de operários, vidas, realidades, tudo./ Saio do carro exausto e sonâmbulo. Vivi a vida inteira.”
Ah, e se você tiver a oportunidade de colocar uma música em seus fones de ouvido para acompanhar nesta viagem, recomendo que embarque ao som de Pica do 7, do António Zambujo.
Ei, só para esclarecer, o Pica do 7 é o bilheteiro do elétrico 7, que passa “picando” as passagens!
Elevador de Santa Justa
Elevador de Santa Justa: um dos transportes centenários de Lisboa
Percurso: Rua Áurea/ do Ouro – Largo do Carmo.
Horário de funcionamento: 7h30 às 21h (inverno) e às 23h (verão)/ o miradouro está encerrado.
Preço: 6,10€ (comprado na hora, para subir e descer)/ Entrada livre com o cartão Viva Viagem carregado com a tarifa 24h ou com o Lisboa Card.
Entre as ruas da Baixa de Lisboa está o imponente Elevador de Santa Justa.
Mesmo com um apelo fortemente turístico – classificado, inclusive, como Monumento Nacional em seu centenário -, ele, na verdade, é originalmente um meio de transporte e auxilia na ligação até Largo do Carmo, onde estão as lindíssimas ruínas da Igreja do Carmo, as mais bem preservadas pós-terremoto de 1755.
Subida ao miradouro do Elevador de Santa JustaDo lado de dentro do Elevador de Santa Justa
As estruturas do Elevador são originais e conservam sua história desde 1902.
Ascensor da Bica: uma das descidas de Lisboa que rende fotos muito bonitas
Percurso: Rua São Paulo – Largo Calhariz.
Horário de funcionamento: segunda a sábado, das 7h às 21h. Domingo e feriado, das 9h às 21h. As saídas costumam ser, em média, a cada 10-15 minutos.
Preço da passagem: 4,20€ (comprado na hora, ida e volta)/ Entrada livre com o cartão Viva Viagem carregado com a tarifa 24h ou com o Lisboa Card.
Seguindo pelo Bairro Alto (parte superior) ou pelo Cais do Sodré (parte inferior), você vai encontrar mais uma preciosidade de Lisboa: o ascensor da Bica.
Ele foi inaugurado em 28 de junho de 1892 e seu percurso é considerado um dos mais pitorescos da cidade.
Em 2002, o ascensor da Bica foi classificado como Monumento Nacional.
Horário de funcionamento: segunda a quinta-feira, das 7h15 às 23h55. Sexta-feira, das 7h15 às 00h25. Sábado, das 8h45 às 00h25. Domingo e feriados, das 9h15 às 23h55. As saídas costumam ser, em média, a cada 10-15 minutos.
Preço da passagem: 4,20€ (comprado na hora, ida e volta)/ Entrada livre com o cartão Viva Viagem carregado com a tarifa 24h ou com o Lisboa Card.
O ascensor da Glória é ponto de passagem para quem visita Lisboa, principalmente por sua localização privilegiada.
Fazer o percurso a noite do Ascensor da Glória também é uma opçãoA vista do Miradouro São Pedro de Alcântara a noite
Inaugurado no dia 24 de outubro de 1885, esse foi o segundo transporte do gênero implantado em Lisboa.
Atualmente, é o ascensor mais movimentado da cidade.
Desde 2002, é considerado Monumento Nacional.
Ascensor do Lavra
Percurso: Largo Anunciada – Rua Câmara Pestana.
Horário de funcionamento: segunda a sexta-feira, das 7h50 às 19h55. Sábado, domingo e feriado, das 9h às 19h55. As saídas costumam ser, em média, a cada 10-15 minutos.
Preço da passagem: 4,20€ (comprado na hora, ida e volta)/ Entrada livre com o cartão Viva Viagem carregado com a tarifa 24h ou com o Lisboa Card
Escondido em uma das travessas da Avenida da Liberdade, o ascensor do Lavra é o mais antigo de Lisboa em atividade.
Ele foi inaugurado em 19 de abril de 1884 e tem capacidade máxima para transportar 42 pessoas.
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