Uma canção antiga que se mantém atual em Portugal e no Brasil. A história de “Barco Negro”, que ficou popular na voz de Amália Rodrigues, tem raízes brasileiras. Pouca gente sabe, mas ela já foi chamada – originalmente – de “Mãe Preta”.
LEIA TAMBÉM: Boas experiências para ver o Fado em Lisboa
Caco Velho, um compositor brasileiro dos anos 1930, escreveu essa música com referências a escravidão. Anos mais tarde, na década de 50, a fadista Maria da Conceição a gravou e fez grande sucesso em terras lusas. Entretanto, ao descobrir a enorme propagação, a ditadura vetou sua execução nas rádios.
Para driblar a censura, David Mourão Ferreira escreveu uma outra letra, dessa vez sobre uma história no mar, e Amália Rodrigues deu nova vida àquela música, agora chamada de “Barco Negro”. A canção conquistou diversos cantos do mundo e foi trilha sonora do filme Amantes do Tejo.
A “nova” versão ganhou tanta projeção que ainda nos dias de hoje saem gravações de artistas de gêneros, gerações e nacionalidades bem diferentes.
Veja algumas dessas referências:
Maria da Conceição canta a versão original, “Mãe Preta”
O grupo vocal Colletive Gospel canta “Barco Negro”, no Centro Cultural de Belém
A versão pop rock da banda Amor Electro
Margarida Guerreiro apresenta uma versão de “Barco Negro” com músicos de seis nacionalidades diferentes
Quer saber mais sobre o Fado?
Se você quiser conhecer mais sobre o Fado, deixo ainda a sugestão para que assista esse delicioso bate-papo que fizemos sobre o assunto.
Aproveite e inscreva-se no canal do Cultuga no YouTube para não perder nenhum dos nossos vídeos!
Viaje a Portugal com tudo organizado
11 Comentários
Boa noite Priscila!
Adorei seu documentário, seu texto é excelente. Gostei da pesquisa sobre a música Barco Negro (Mãe Preta) e apresentação em vários estilos musicais.
Meu nome é Izabel Conceição Gomes Nunes, filha do cantor e compositor Caco Velho.
Parabéns e mais sucesso, um abraço e muito, muito obrigada.
Olá, Izabel
Que surpresa agradável receber o seu comentário tão carinhoso! Fiquei realmente muito feliz!
Um grande abraço e muita saúde!
Izabel, vim aos comentários justamente solicitar mais informações sobre o compositor da letra original e me deparei com o seu comentário. Que alegria! Poderia falar mais sobre i seu pai? Sua obra, trajetória artística? Soube dessa versão original a partir do jornalista Luís Nassif, mas ele não chegou a lembrar toda a história, por isso vim pesquisar.
Muito obrigada por compartilhar!
De nada, Beatriz! ????
Parabéns pela postagem! Amo essa música, a conheci inicialmente na interpretação do Ney Matogrosso, mas desconhecia a história dela. Obrigado por compartilhar
Olá, Gerson
Agradecemos a sua mensagem e elogio ao conteúdo do Cultuga!
Seja sempre bem-vindo. :)
Priscila, parabéns pela postagem, enriquecida com os vários vídeos de interpretações variadas, mas, principalmente, o com a letra original.
Pediria, se possível, falar um pouco mais sobre o seu compositor, Caco Velho.
Olá, Rita
Eu que agradeço a sua mensagem e carinho. :)
Infelizmente, eu não tenho mais informações que possa acrescentar sobre o compositor Caco Velho. Entretanto, vou enviar a você por e-mail o contato da Izabel. Creio que ela possa ajudá-la em suas pesquisas e ficará feliz em saber do seu interesse.
Um grande abraço! Seja sempre bem-vinda!
O Dicionário Ricardo Cravo Albin registra a trajetória de Caco Velho, mas não explica a mudança da letra – trata como se fossem duas músicas.
Ele também destaca que, originalmente, a canção era uma toada, depois é que passou oara o compasso do fado: https://dicionariompb.com.br/artista/caco-velho/
O perfil do Compositor na Wikipedia está incomoleto, infelizmente, embora traga algumas imagens dele.
Obrigada por dividir essas referências, Rita :)