Temos um grande carinho pela região centro de Portugal: quanto mais conhecemos, mais nos apaixonamos.

* Desde 2022 que o hotel faz parte do grupo Octant, passando a chamar-se Octant Lousã.

Desta vez, fomos a Serra da Lousã, a 30km de Coimbra, cheia de romantismo, belezas naturais e onde também estão localizadas algumas das aldeias pitorescas de xisto.

Era, realmente, um lugar que já estávamos devendo uma visita.

Para explorar a vila da Lousã e seus arredores com facilidade na locomoção e bom suporte de Internet para o nosso trabalho, montamos o QG do Cultuga no Palácio da Lousã, um boutique hotel quatro estrelas inserido em um edifício do século XVIII.

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Palácio da Lousã, um dos cartões postais da vila e o QG do Cultuga na Serra da Lousã

Por seu reconhecido valor para a região (tendo aqui um episódio das Invasões Francesas e também por ter sido residência de Maria da Piedade de Melo Sampaio Salazar, a Viscondessa do Espinhal, com um trabalho de benfeitorias a Lousã), o Palácio da Lousã é um dos cartões postais da vila.

Ou seja, hospedar-se aqui nos ofereceu a oportunidade de unir o conforto e o suporte de um ótimo hotel a experiência de passar duas noites em um importante patrimônio histórico português.

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Um hotel com história de Portugal ao Brasil

pausa para contar um pouco dessa história :D

O também chamado Palácio da Viscondessa do Espinhal foi mandado construir pelo pai dela, o Sr. Bernardo Salazar Sarmento D’Eça e Alarcão, que entre outros títulos foi cavaleiro professor na Ordem de Cristo e também serviu nas relações do Rio de Janeiro, no Brasil.

Uma das histórias mais famosas que envolve o Palácio da Lousã, foi de março de 1811, durante as Invasões Francesas.

Conta-se que o General Ney, subalterno de André Massena (general francês responsável pela terceira invasão francesa a Portugal, durante a Guerra Peninsular) estava jantando no Palácio quando saiu as pressas após saber da derrota de suas tropas aqui perto, em Foz de Arouce.

Foi depois o general Wellesley, o Duque de Wellington – o que saiu vitorioso na Guerra Peninsular, que terminou o jantar nessa mesma noite e montou aqui seu QG.

A Viscondessa do Espinhal, Maria da Piedade de Melo Sampayo Salazar, nasceu em Lisboa, mas foi na Lousã e em uma freguesia próxima, Espinhal, que deixou sua marca.

Ela é lembrada como uma pessoa de grande fortuna, mas que sempre apoiou obras beneficentes.

Após sua morte, como não tinha filhos, o palácio ficou para os seus afilhados – e foi um deles, Aníbal Fernandes Tomáz Pippa, natural de Figueira da Foz, um grande apreciador de arte e comunicação, que se tornou o 3º proprietário e viveu aqui com sua família.

Já na virada do século XX, em 1893, o palácio foi comprado por João Antunes dos Santos, natural da Lousã, mas que teve uma atuação importante e ativa na colônia lousanense de Santos, no Brasil.

Um de seus filhos, nascido no Brasil, João Augusto dos Santos, foi o 5º proprietário desse palácio.

Ele também foi presidente da câmara municipal da Lousã e fez um importante trabalho para o regime florestal da Serra.

Em 1928, com sua morte, o palácio passou para um de seus filhos, Jorge Olavo de Magalhães Mexia Santos, que se manteve proprietário até 1998.

Atualmente, o palácio faz parte da empresa Serra da Lousã S.A. e tem como acionistas alguns descendentes do Sr. João Antunes dos Santos.

Uma outra curiosidade é que esse foi o primeiro Boutique Hotel do país – ou seja, um alojamento com poucos quartos, envolvido por objetos e mobiliários de arte e história, além de uma infraestrutura de conforto e atendimento personalizado.

No total, são 46 quartos (23 no palácio e 23 na chamada ala nova).

Hotel na Lousã: como é o Palácio da Lousã

As primeiras impressões

Assim que entramos a vila da Lousã, já estávamos encantados com as pequenas ruas charmosas, com as pessoas sentadas nas mesas exteriores dos restaurantes e pastelarias e com o envolvimento da paisagem natural da Serra que parecia “abraçar” aquela cidadezinha.

Foi com esse sentimento que encontramos a fachada imponente do Palácio da Lousã.

Tal envolvimento e coerência se manteve na área interior do edifício, com um aspecto rústico e bastante acolhedor.

No check-in, havia uma prova do Licor Beirão, que nos chamou a atenção. Essa é uma bebida muito popular em todo o país. Entretanto, não sabíamos sua procedência e história.

Foi nesse momento que descobrimos que a empresa é da Serra da Lousã e tem raízes anteriores a sua formação, ainda no século XIX (conheça aqui mais marcas históricas de Portugal).

Por conta das malas, subimos ao quarto de elevador.

Porém, na passagem até o nosso quarto, vimos o cuidado do hotel em deixar as salas comuns, de convivência dos hóspedes, sempre limpas e impecáveis.

Durante a nossa hospedagem, voltamos ali para descansar, ver as fotografias de cada uma das salas e aproveitar o material que eles disponibilizam aos hóspedes, como livros, jornais e revistas.

Maçãs e nozes disponíveis aos hóspedes durante o dia todo
Maçãs e nozes disponíveis aos hóspedes durante o dia todo
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As salas do palácio de uso comum

No meio da nossa estadia, também tivemos a chance de conhecer pessoalmente o Sr. Paulo Teixeira de Carvalho, diretor geral do Palácio, uma pessoa sempre disponível e amabilíssima.

Percebemos o carinho que ele tem pela vila, pelo hotel e o engajamento tão profundo em promover Portugal.

Como chegar

A melhor forma para chegar ao Palácio da Lousã é de carro ou moto. Partindo de Lisboa, siga a norte pela A1, A13 e N342. São, aproximadamente, 205 km de trajeto – pouco mais de 2h.

Da cidade do Porto são cerca de 130 km, também pelas mesmas estradas, mas no sentido sul.

Nós passamos por Figueira da Foz e Coimbra antes de chegar aqui, em um percurso de pouco mais de 1 hora. Muito simples e bastante rápido.

Para quem deseja ter uma experiência por aqui, poderá até fazer base na Lousã para visitar Coimbra depois, por exemplo. São 30km de distância e você nem precisa pegar autoestradas. Basta fazer o uso da N17 e a N236, que são bem sinalizadas.

O único porém é o acesso a Lousã de transporte público. Se você olhar no Google Maps, encontrará ali uma estação de trem. Entretanto, ela está desativada. Mesmo para a chegada de ônibus também é complicada. Portanto, carro e moto são mesmo as melhores formas de acesso.

O hotel fica no centro histórico da vila da Lousã, a menos de 100 metros da Igreja Matriz e conta com um estacionamento gratuito na parte de trás do palácio.

Acomodações

Ficamos hospedados em um quarto duplo no andar nobre do Palácio, com cama king size, banheiro com banheira e ducha forte, televisão, frigobar, ar condicionado, armários e uma escrivaninha.

O espaço era grande, confortável e com muita luz natural.

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O mobiliário era de muito bom gosto, em tons claros, e com detalhes de gesso no teto que não nos fazia ter dúvidas de que estávamos mesmo em um edifício histórico.

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Um outro ponto de destaque na hospedagem foi a vista do quarto.

Viajamos a Serra da Lousã no final do mês de setembro, na transição do verão para o outono, e pegamos três dias de muito sol por aqui.

Posso dizer que o fim de tarde, na janela do quarto, foi uma grande inspiração para nós.

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O fim da tarde na janela do nosso quarto...
O fim da tarde na janela do nosso quarto…

Café da manhã

O espaço onde é servido o café da manhã é bastante amplo, pois são duas salas.

Uma delas, a que escolhemos, tem uma vista de muita tranquilidade para o jardim do palácio e a Serra.

Do salão de café da manhã, vemos também a piscina e o jardim do hotel
Do salão de café da manhã, vemos também a piscina e o jardim do hotel

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Entre as opções para escolher, tinham frutas, geléias regionais, frios, boa variedade de pães e doces (incluindo pastel de nata – huuuummm), iogurte, cereais, ovos mexidos e… o típico mel da Lousã :)

Serviços e facilidades

Em uma das noites, tivemos a oportunidade de jantar no restaurante do hotel, A Viscondessa. A sala é muito bonita e as porções bem servidas.

O menu apresentado é sazonal, mas sempre privilegia os sabores locais.

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O restaurante e as nossas escolhas

O Palácio da Lousã ainda dispõe de estacionamento gratuito para os hóspedes, piscina, jardins, salão de jogos e um parque infantil.

Há elevadores e rampas, que facilitam o acesso a pessoas com mobilidade reduzida – uma característica bem interessante e frequente nos estabelecimentos da Lousã.

O hotel também é bike friendly. Ou seja, para quem deseja conhecer a Serra da Lousã de bicicleta, poderá contar com o suporte do estabelecimento, seja para receber ciclistas, seja para alugar bicicletas.

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Por fim, deixo aqui uma dica: como o estacionamento fica na parte de trás do hotel, passe primeiro pela frente do Palácio, deixe as malas e depois siga para estacionar. Pois, para chegar a recepção a partir do estacionamento, é preciso passar por todo o pátio (ainda que ele tenha rampas e elevador, acaba por ser mais prático).

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Octant Lousã – antigo Hotel Palácio da Lousã
Endereço: Rua Viscondessa do Espinhal 3200-257 – Lousã
Contatos: (+351) 239 990 800
Site: lousa.octanthotels.com
Veja aqui os preços e a disponibilidade para as datas da sua viagem

Viaje a Portugal com tudo organizado

2 Comentários

  1. Boa tarde Raphel,
    Parabéns pelo seu blog,adorei suas dicas.Estou com uma dúvida, nunca fui a serra da estrela,estou indo em março e vou fazer Lisboa-Porto de carro e agora não sei se vou a Serra da estrela ou Lousä.O q vc me sugere?
    ABS
    Gisele

    • Olá, Gisele
      Tudo bem?
      Legal que você gostou das dicas. Ficamos muito felizes! :)

      As duas serras são bem diferentes. Cada uma com suas particularidades. As paisagens, a culinária e o tipo de turismo explorado nelas são diferentes. Vale a pena visitar as duas, porém, como você pretende aproveitar o trajeto Lisboa-Porto, a Serra da Lousã é melhor. O desvio é muito pequeno e a facilidade de chegar e sair também é bom.
      Para organizar melhor essa etapa da sua viagem, veja os nossos posts especiais sobre a Lousã: https://www.cultuga.com.br/tag/serra-da-lousa/ ;)
      Um grande abraço e boa viagem!

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